Por Mayra Kaefer
Este lindo parque está localizado no estado de Montana, nos Estados Unidos, fazendo parte das Rocky Mountains. O conjunto de montanhas e vales chegam até a divisa com o Canadá. É um parque com mais de 4.000m2 e mais de 1.000 km em trilhas para explorar. A estrada que conecta o parque de leste a oeste é a famosa Road to the Sun, com mais de 80 kms. A estrada foi construída entre 1921 e 1932 e é famosa pelas suas maravilhosas paisagens a mais de 2.000m de altura.
Um parque que se você ainda não conheceu, com certeza deve colocar na lista de viagens.
Como chegar ao Glacier National Park
O aeroporto mais perto do parque é o de Kallispeli (FCA), localizado a 30 minutos do parque. É um aeroporto bem pequeno e por isso os voos para lá são mais caros. Outra opção é o aeroporto de Great Falls (GTF), que fica a umas 2 horas do parque, com tarifas um pouco melhores.
Nós voamos até Spokane (GEG) e de lá alugamos um carro e fomos dirigindo até a parte norte do Glacier National Park. Esse trajeto levou cinco horas para chegarmos. Nós fomos com calma e paramos no caminho para comprarmos cerejas locais e desfrutarmos a paisagem.
A distância é a mesma pela entrada norte ou oeste, a oeste é a mais conhecida e por isso escolhemos a entrada norte, assim teriam menos pessoas.Existe ainda uma outra opção para chegar até lá, que é entrando pelo Canadá. O voo vai até Calgary, Alberta, mais quatro horas dirigindo sentido sul até chegar na parte norte do Parque.
Onde ficar no Glacier National Park
Tem vários hotéis perto das entradas dos parque e até mesmo dentro do parque. Mas já fica a dica que eles costumam estar lotados, já que muitas pessoas reservam com meses de antecedência. Além disso os preços são mais salgadinhos. Então, se quiserem ficar em hotel, não esqueçam de planejar com antecipação.
Se quiserem se aventurar um pouco mais, como nós escolhemos fazer nesta viagem, tem a opção de acampar. Tem várias áreas de camping dentro do parque e também nas cidades perto. A maioria dos acampamentos dentro do parque é por ordem de chegada e não são aceitas reservas. Os que aceitam reserva você pode fazer através do site: https://www.recreation.gov/
Recomendo também reservar com antecipação e verificar quais acampamentos estão abertos na época da viagem. Quando nós fomos, vários acampamentos estavam fechados por causa do COVID19, o que complicou bastante a disponibilidade.
Um dos acampamentos mais conhecidos fora do parque e que tem em vários locais nos Estados Unidos, é o KOA – Kampgrounds of America. Esses acampamentos tem uma ótima estrutura e estão muito bem localizados, geralmente perto das entradas dos parques. Se optarem por acampar na floresta e precisarem de um lugar para tomar banho, o KOA cobra uma taxa de $7 para utilizar o chuveiro deles. *Para fazer a reserva deste camping, entre no site: https://koa.com/
Como nós planejamos esta viagem com apenas duas semanas de antecedência, não conseguimos reserva para o início da nossa viagem. Então, nas duas primeiras noites acampamos em uma área liberada na floresta, mas que não tinha nenhuma estrutura. Nos Estados Unidos é comum esse tipo de acampamento, chamado forest camping. Mas uma dica bem importante, se informe dos locais onde é permitido acampar antes de montar sua barraca, já que as áreas precisam ser liberadas pelo Forest Service.
Dica importante:
Outra recomendação muito importante, compre o spray anti urso. Sim, o spray anti urso não é só coisa de filme. Na parte Norte dos Estados Unidos tem vários ursos pretos e pardos, e existe um risco alto deles aparecem no seu acampamento. Por isso é importante ter o spray sempre a seu alcance e nunca, repito, nunca deixar comida ou lixo aberto e fora do seu carro.
Visita ao Glacier National Park – dia 01
A idéia era começar o dia fazendo a trilha do Avalanche Trail ou do Hidden Lake Trail, mas as duas estavam fechadas porque haviam ursos rondando a área.
Explico: no dia anterior um turista viu um urso, se assustou e saiu correndo, deixando a mochila com comida para trás. Quando isso acontece, eles fecham a trilha para o urso não associar humanos com comida fácil e assim, voltarem para a floresta.
Já que tivemos que mudar os planos, fomos dirigindo até a Road to the Sun, um lindo caminho a beira de um precipício, com lindas paisagens e trilhas para escolher. Essa estrada tem 80 km de distância e conecta a entrada leste a oeste do parque. O seu ponto mais alto é de 2,026 metros.
Road to the Sun
Decidimos parar em uma trilha que parecia ser pequena e não muito conhecida que começava ao lado do lunch creek, um riacho que nos acompanhou durante toda a trilha, o melhor foi ouvir o barulho da água ao longo do caminho.
Lunch Creek
A trilha também tem vista de pequenas cachoeiras que fazem a caminhada mais agradável. Percebemos que ao lado leste da maior cachoeira (fotos abaixo) havia uma trilha, então decidimos continuar a caminhada.
Depois descobrimos que essa trilha se chama Climber’s trail e leva até a união entre os picos Piegan e Pollock. A trilha tem um total de 3.2Km e uma elevação de 855 metros. Para nós que moramos na Flórida e não estamos acostumados a fazermos trilhas em montanhas, foi bem desafiador.
Apesar de ser verão, tivemos que passar por uma parte com gelo e a temperatura durante a trilha baixou de 10 graus (no início) para 1 grau. Quando estávamos na última parte da trilha, uma leve subida até o ponto mais alto, o tempo começou a fechar. Por estarmos sem o calçado ou equipamentos apropriados e já estarmos bem cansados, decidimos voltar. Mas até o ponto que chegamos a vista e a experiência já valeu a pena.
Climber`s Trail
Para quem estiver mais preparado e pretende se aventurar até o final, é possível ver a vista do lado oeste do parque e caminhar até o ponto da Montanha Piegan.
Trecho final da trilha – Climber’s Trail
Surpresa no caminho de volta: vimos uma cabra de montanha bem perto de nós. Na verdade no primeiro minuto nos assustamos, porque estava bem pertinho mesmo, mas foi muito legal ver de perto esse animal pela primeira vez.
Apesar da descida ter sido bem mais fácil, começou um vento bem forte, perdemos o boné e passamos frio, mas mesmo assim nos divertimos com a experiência.
Uma das coisas legais dessa trilha é que por não ser tão conhecida, não tinha praticamente ninguém durante todo o caminho. Foi ótimo ter esse contato com a natureza
Após a caminhada que durou aproximadamente 4 horas, fizemos um piquenique e demos uma relaxada.
A tarde fizemos a trilha para St. Mary’s e Virginia Falls. Essa é diferente da primeira que fizemos e o caminho era praticamente de marca do calçado dos trilheiros, já nessa, a trilha é toda sinalizada e você segue o percurso pelas estruturas de madeira. Por isso, a trilha é bem mais leve e tranquila.
A primeira cachoeira que encontramos foi a de St. Mary’s . Com duas quedas, ela é muito bonita. A caminhada até lá é de 1.5 quilômetros.
St. Mary’s Falls
Depois de uma parada para contemplar a cachoeira e a vista, continuamos até a Virginia Falls. Um quilômetro a mais de caminhada que vale muito a pena.
Durante o caminho encontramos várias cachoeiras e o melhor desse percurso é que o som da água durante todo o percurso fazem o pensamento voar e você até esquece o quanto está caminhando .
Mas não importa se as pernas já estiverem cansadas depois de uma caminhada de 5,4km porque no final a recompensa é garantida. A queda de 15 metros é linda e vale a pena cada passo para chegar até ela.
Virginia Falls