Por Kathlenn Kaefer
O sol lentamente se põe no horizonte.
As cores pintam o céu de vermelho, laranja e rosa.
Da janela do avião um olhar de encantamento e gratidão.
As ideias surgem … os pensamentos voam longe.
O barulho da turbina é como uma música para relaxar.
A poltrona já se tornou o lugar favorito.
A comida servida durante o voo é seu prato predileto.
Não importa qual o próximo destino ou quantas horas para ir de um país ou uma cidade a outra. O que importa é estar em movimento, é descobrir novos lugares ou redescobrir os mesmos. É estar longe da família, mas perto dos seus sonhos.
É estar fazendo o que gosta e acredita.
É a realização do sonho de uma menina que nasceu no interior mas que sempre desejou estar em todos os lugares que pudesse ir.
Para ela estar em um lugar novo sem conhecer ninguém nunca foi um problema, era mais como um desafio, uma aventura. Era o que gostava de fazer.
Estar sempre em um lugar diferente, conhecendo pessoas e contando histórias é a sua paixão. O lar passou a ser onde o coração está. Caminhadas longas e transporte público seu novo jeito de se locomover. A casa própria, carro quitado e até as malas de 23kg já não fazem mais parte do seu dia a dia. Os bens foram substituídos por experiências.
Agora de mochila e tênis ela não pertence a um lugar só.
Agora ela é do mundo.
Um mundo que há um ano parou e que a passos lentos está tentando voltar à normalidade, mas que ainda não se pode fazer muito. As viagens ainda estão suspensas em muitos países, o sorriso não pode mais ser visto no rosto do outro, o trabalho e o estudo estão restritos a uma tela, o convívio social agora é visto com maus olhos. Há um ano seguimos regras, confinados e sem liberdade para aproveitar o que a vida nos oferece.
Mas a nossa mente ainda pode viajar e ir além dos oceanos. A esperança ainda está dentro de nós e se reinventar a cada dia e criar novos meios de ver o mundo se tornaram quase uma missão. Ainda queremos continuar viajando e conhecendo o mundo porque para muitos, essa é uma das melhores maneiras de viver a vida. Mas nesse último ano também descobrimos que o mundo está dentro de nós e que com pequenos gestos podemos deixá-lo um pouco mais bonito e leve.
E quem sabe assim, logo podemos voltar a ver o sorriso no rosto de cada um que cruza o nosso caminho, sem telas e sem máscaras.