De bike pela Itália
Por Kathlenn Kaefer
O entretenimento que antes era corriqueiro, hoje parece cada vez mais distante. Mas nem por isso devemos parar, nos acomodar ou achar que é isso que nos resta. Devemos enfrentar essa situação, nos reinventando a cada dia e criando novas formas de diversão e lazer.
O mundo pede acolhimento e respeito ao próximo. Por isso, o que pudermos fazer para não aglomerar e arriscar a nossa vida e a dos outros, devemos fazer. Pensando nisso, fomos atrás de criar algo novo e divertido no fim de semana.
Como não podemos fazer muito porque em Rimini (cidade que moramos na Itália) está em zona laranja** optamos por usar o nosso meio de transporte mais frequente no último ano, a bicicleta, e conhecer a região.
Uma grande vantagem para quem deseja fazer esse tipo de passeio na Itália é que por aqui existem diversas ciclovias tanto dentro, como fora das cidades. E seguir um desses caminhos é fácil e seguro.
Optamos por um roteiro que margeando o rio, ele nos levaria por estradas de terra para municípios vizinhos.
Como o dia estava lindo, não pensamos duas vezes, pegamos a mochila com água, álcool em gel, máscara e uma blusa reserva e começamos o passeio.
Aqui em Rimini a temperatura era de 7 graus, então luva e gorro também fizeram parte do traje.
Iniciamos nosso percurso pelo Parco XXV Aprile seguimos até o rio Marecchia e seguindo a estrada que o margeia seguimos por um longo percurso até as pernas começarem a cansar.
Por quase duas horas, pedalamos tranquilamente apreciando a vegetação, curtindo o solzinho e descansando a mente. Quando a fome começou a bater, estávamos há apenas 10 minutos de Santoarcangelo di Romagna. Uma vila medieval que fica sobre um pequeno monte.
Entrando na cidade de pouco mais de 20 mil habitantes, ficamos encantados com suas ruas de pedras, casas antigas e coloridas e locais com detalhes especiais que tornam o local ainda mais acolhedor e fascinante.
Na praça central é possível admirar o arco construído construído em 1777. Uma homenagem dos moradores da cidade ao Papa Clemente XIV que nasceu no local.
Do centro seguindo as ruas estreitas, encontramos uma pequena escadaria que nos levaria até o Castello di Santarcangelo di Romagna (Rocca Malatestiana). Construído em 1447 por Sigismondo Malatesta, o local foi inicialmente usado para evitar ataques militares, e serviu de moradia para muitas famílias. Atualmente é possível fazer uma visita guiada por seus cômodos e até se hospedar em uma das suítes disponíveis. Como ainda estamos no meio da pandemia não foi possível visitar o local, mas vale a pena a caminhada. O caminho é um charme e a vista é linda.
Para saber mais acesse: https://www.castellosantarcangelo.it/
Do Castelo seguimos para o Parco Clementino. Uma grande e aconchegante área verde, perfeita para relaxar e curtir o dia.
Depois de alguns minutos de descanso seguimos de volta pelo mesmo caminho e encontramos uma área perfeita para fazer um pic nic. O local com mesas e banquinhos em um grande espaço verde foi perfeito para uma fazer uma pausa, recarregar as energias e relaxar.
Depois do nosso lanche, pegamos as bicicletas e pedalados alguns quilômetros já estávamos de volta a casa.
Por algumas horas foi possível apreciar a paisagem, se divertir, se exercitar, pegar um solzinho e nos recordar que podemos sempre fazer o melhor com o que temos. Aceitar as circunstâncias, fazer o que for possível para mudar o quanto antes a situação e enquanto isso, se reinventar. Talvez esse seja o melhor para continuarmos vivendo da melhor maneira possível com o que está ao nosso alcance.
** A Itália está dividida em cores, nós estamos na região de Emilia-Romagna estamos em “Zona laranja”. Explicando: desde dezembro não é possível sair da cidade. Restaurantes e cafés estão fechados (só é permitido entrega). Academias, cinemas, teatros e demais atividades culturais estão paradas. Em fevereiro durante 15 dias ficamos em zona amarela, ou seja, as coisas ficaram abertas e tivemos a oportunidade de sair da cidade, mas não do Estado, mas já voltamos pra laranja. Felizmente esse ano (2021) não entramos em zona vermelha que é o lockdown – além de tudo estar fechado, só é possível sair de casa para ir ao mercado ou farmácia.